terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ato simbólico marca entrada na Via Campesina

Pescadores e pescadoras artesanais, reunidos em Brasília, realizam ato simbólico e mística para entrada do movimento na Via Campesina, que hoje no Brasil é formada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Movimento de Mulheres Campesinas (MMC), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Federação dos Estudantes de Agronomia (FEAB).

“Nós somo um movimento autônomo e pluralista”, disse Marina dos Santos, do MST, que representou a Via Campesina no ato. Ela abriu o ato comentando o que é o movimento, as regiões do mundo onde está presente e as questões centrais como a “soberania alimentar” e a “produção saudável sem uso de agrotóxico”.

O representante do MPA, Hélio, ainda lembrou que “nós (camponeses) produzimos mais de 70% da comida que vai para a mesa do povo brasileiro”. Em seguida os representantes dos estados, participantes da I Conferência Nacional da Pesca Artesanal, ofereceram objetos simbólicos. Marina ainda ganhou a bandeira do Movimento dos Pescadores e deu a bandeira da Via de presente e, aos poucos, o momento se transformou em uma grande roda, com diversas palavras de ordem e músicas.

Ato público consolida documento base de propostas


Os participantes da I Conferência Nacional da Pesca Artesanal fazem ato público no início da manhã de amanhã (30), com caminhada que começa no local do acampamento, estacionamento do estádio Mané Garrincha, falas e apresentações até o Congresso Federal. O objetivo do ato é dar apresentar as propostas de políticas públicas debatidas e consolidadas durante as tendas temáticas que aconteceram hoje (29).

“Escutei a vida toda meus professores falando que era pra eu estudar pra não ser marisqueira como minha mãe. Chega de negação cultural, que agente valorize e se aproprie da cultura pesqueira, desde pequena, em casa e na escola”, disse Lorena, do município de Salinas da Margarida, na Bahia.

Tendas temáticas e consolidação de propostas

Tendas temáticas definem propostas de políticas públicas nas linhas de identidade e território; pescadoras artesanais; sustentabilidade ambiental versus grandes projetos; ordenamento pesqueiro; direitos sociais; políticas e legislação para a pesca artesanal. Os espaços são facilitados por pescadores com apoio de representantes de entidades parceiras como o Centro de Estudos do Mar da UFPR, Comissão Pastoral da Terra, Conselho Pastoral dos Pescadores, Fundação Joaquim Nabuco (FundaJ) e Nectas – Uneb.

As propostas serão encaminhadas ao governo federal como legitimo resultado das discussões e construções coletivas pelos pescadores e pescadoras artesanais. A consolidação do documento acontece na tarde de hoje (29), em grande plenária, quando haverá também o ato simbólico de entrada na Via Campesina Brasil.